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Ameaças de Trump derrubam dólar ao menor nível em três anos

A moeda americana enfrenta forte queda impulsionada por novas ameaças tarifárias e tensões geopolíticas, atingindo seu menor nível em três anos. Investidores reagem com cautela a informações sobre reavaliações de acordos de defesa e dados de inflação nos EUA.

A recente ameaça comercial de Donald Trump fez o dólar cair para seu menor nível em três anos nesta quinta-feira (12), devido a preocupações com o comércio internacional e tensões geopolíticas.

A moeda americana recuou 0,7% em relação a uma cesta de moedas, incluindo libra e euro, após Trump anunciar que enviará cartas a parceiros comerciais com novas tarifas, ao fim de uma pausa de 90 dias.

Derek Halpenny, analista do banco MUFG, comentou que os comentários de Trump indicam uma escalada nas tensões comerciais. Simultaneamente, os investidores reagiram à trégua comercial entre EUA e China, e ao aumento da tensão com o Irã, após o governo autorizar a saída de familiares de militares do Oriente Médio.

Trump declarou: "O Irã não pode ter uma arma nuclear. Muito simples." Apesar da pressão sobre o dólar, o mercado de ações se recuperou. O S&P 500 subiu 0,2%, enquanto o índice Stoxx Europe 600 teve leve queda de 0,1%.

Analistas do Deutsche Bank apontam que a queda do dólar pode estar relacionada à reavaliação do acordo de submarinos entre EUA, Reino Unido e Austrália, o que reduz o fluxo de capital para os EUA.

Dados de inflação abaixo do esperado abriram espaço para cortes rápidos nos juros pelo Federal Reserve, enquanto o euro subiu 0,8%, alcançando US$ 1,158, o maior nível desde novembro de 2021.

O dólar acumula queda de quase 10% neste ano, influenciado por temores de guerra comercial e aumento do déficit público. Trevor Greetham, da Royal London Asset Management, afirma que estrangeiros estão vendendo o dólar diante do caos político e outras ameaças.

Vasileios Gkionakis, da Aviva Investors, acredita que a fraqueza do dólar ainda tem espaço para continuar, com o afastamento da ideia de excepcionalismo dos EUA elevando o risco percebido.

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