Altas taxas de juros aquecem mercado de consórcios e busca por máquinas agrícolas usadas
Alta nos juros agrava cenário de financiamento, e consórcios de máquinas agrícolas crescem com forte demanda. Produtores buscam alternativas para driblar as taxas elevadas, destacando-se o mercado de locação e compra de seminovos.
Altas taxas de juros estão impulsionando o mercado de consórcios agrícolas no Brasil, com crescimento de até 35% no início de 2025. A ABAC projeta uma alta de 8% no setor ao longo do ano.
Em março, o Copom elevou a Selic para 14,25% e novas elevações são esperadas.
Para evitar juros elevados, bancos apresentaram ofertas na Agrishow, onde as intenções de negócios devem atingir R$ 15 bilhões até 2 de maio.
A CNH Industrial reportou aumento de 35% nas vendas de consórcios de máquinas em comparação ao ano anterior. Heberson Goes, da CNH, destacou que o consórcio é uma alternativa estratégica em momentos de restrição de crédito.
O consórcio da Komatsu cresceu 18% no primeiro trimestre de 2025, enquanto o Banco Santander espera gerar R$ 2 bilhões em negócios na Agrishow.
Outros destaques incluem:
- Banco do Brasil: 30% de desconto na taxa de administração para veículos pesados.
- Sicredi: R$ 14,8 bilhões em consórcios com 31,9% de crescimento em 2024.
- Valtra: Crescimento superior a 30% nos últimos cinco anos com consórcios representando 10% das vendas.
Além de consórcios, muitos produtores têm recorrido à locação de equipamentos devido às taxas de juros altas. A Armac possui 11 mil ativos e faturou R$ 212 milhões no setor.
Um levantamento mostrou que foram vendidos mais de 8.500 equipamentos usados, com um aumento médio de 11,4% nos preços.
A demanda por irrigação também cresceu 20% a 30% em regiões que historicamente não investem. O vice-presidente Geraldo Alckmin classificou uma elevação da Selic para 15% como uma visão pessimista.