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Alta nos preços mina aposta de Trump sobre tarifas à China

Aumento de tarifas na importação de produtos chineses leva a disparada nos preços nos EUA, afetando consumidores e comerciantes. Economistas alertam que o impacto pode se agravar caso a produção local não consiga atender à demanda.

Donald Trump, presidente dos EUA, afirma que a China arcará com sua tarifa de 145% sobre a economia chinesa. No entanto, consumidores americanos já começam a sentir o impacto.

Os preços de produtos em gigantes como Temu e Shein aumentaram drasticamente. Um conjunto de toalhas de cozinha saltou 377% nos EUA e o aplicativo Temu repassa quase todos os novos impostos de importação aos clientes. O custo de alguns produtos quase dobrou.

A Shein também viu um aumento significativo nos preços: os 100 principais produtos nas categorias de brinquedos e beleza subiram mais de 40% em abril. Já os itens de casa e cozinha aumentaram 20%, e roupas femininas subiram 9%.

Justin Lin Yifu, ex-economista-chefe do Banco Mundial, alerta que, mesmo após a produção nos EUA ser estabelecida, os preços continuarão elevados. Ele destaca que os preços de produção serão superiores aos das importações.

Trump implementou tarifas para forçar a China a reduzir o déficit comercial. Apesar de garantir que não haveria dificuldades para consumidores, a confiança do consumidor nos EUA caiu para o menor nível em cinco anos em abril. A inflação também está crescendo.

Wang Xin, da Associação de Comércio Eletrônico Transfronteiriço de Shenzhen, destacou que os preços na Amazon e Walmart aumentaram em até 30% desde o início do mês. Embora os principais varejistas dos EUA ainda não tenham ajustado os preços nas prateleiras, enfrentam um dilema com fornecedores chineses.

Varejistas como Walmart e Target podem ser pressionados a absorver parte dos custos tarifários, evitando repassar tudo aos consumidores. A Amazon, por sua vez, decidiu não exibir o custo das tarifas, após críticas da Casa Branca.

Além disso, o Walmart solicitou a uma fábrica de enfeites de Natal que removesse etiquetas de preços, destacando a crescente pressão sobre os varejistas em meio a incertezas econômicas.

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