Alívio com Israel-Irã, projeções de inflação e China: o que faz Ibovespa saltar 2%
Os mercados acionários reagem positivamente a dados econômicos da China, enquanto o Ibovespa se beneficia da queda no petróleo e de projeções de inflação em queda. Investidores aguardam a divulgação das decisões sobre juros dos principais bancos centrais nesta semana.
Valorização das Bolsas ocidentais e da Ásia, impulsionada por dados positivos da China, estimula alta do Ibovespa nesta segunda-feira (16). Às 12h (horário de Brasília), o índice subia 1,99%, atingindo 139.941 pontos.
A recuperação ocorre em meio à atenção voltada para conflitos no Oriente Médio e as decisões de política monetária desta semana. Na sexta-feira, as bolsas internacionais cederam. No entanto, Luiz Roberto Monteiro, da Renascença, destaca que o petróleo acalmou e a Câmara vota urgência sobre a MP do IOF.
Reportagem do The Wall Street Journal indica que o Irã pode reduzir hostilidades com Israel e retomar negociações nucleares com os EUA, o que gerou queda no preço do petróleo.
A quarta-feira trará decisões de juros do Copom e do Federal Reserve (Fed). Espera-se manutenção das taxas, exceto no Brasil, onde a Selic pode continuar em 14,75%% ou aumentar 0,25 pontos percentuais.
O Ibovespa sobe, mesmo com o recuo do petróleo, que avançou mais de 7%% na sexta, quando ações da Petrobras (PETR3; PETR4) subiram 2,00%%. O índice encerrou a sexta em 137.212,63 pontos, com -0,43% de queda, mas alta de 0,82% na semana.
Os investidores avaliam reduções nas projeções de inflação e dados do IBC-Br de abril, que desacelerou para 0,16%%. A projeção de inflação para os próximos 12 meses no boletim Focus caiu de 4,77%% para 4,72%%, enquanto a mediana para 2025 foi reduzida para 5,25%%.
O economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, observou que a recuperação dos mercados se dá em meio a um contexto de escalada militar no Oriente Médio.
Marcelo Vieira, da Ville Capital, comentou que não houve medidas inesperadas no conflito entre Israel e Irã, e a expectativa de inflação foi revista para baixo. As ações da Petrobras apresentaram leve queda, enquanto a Vale (VALE3) avançou cerca de 3% após obter licença para novo projeto de cobre.
Das 87 ações da carteira teórica, apenas seis registraram queda.