Aliados avaliam nomear Eduardo Bolsonaro para cargo e evitar risco de cassação
Articulações políticas buscam garantir a manutenção do mandato de Eduardo Bolsonaro enquanto ele permanece nos EUA. A proposta de nomeação para uma secretaria especial visa evitar riscos de cassação e preservar prerrogativas legislativas.
Deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pode ser nomeado para um cargo no Executivo estadual para se manter afastado da Câmara dos Deputados e evitar cassação.
A informação foi revelada por Andréia Sadi (G1) e Mônica Bergamo (Folha de S.Paulo). A manobra busca garantir o mandato parlamentar enquanto Eduardo permanece nos Estados Unidos como articulador político.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), é o mais próximo de concretizar a nomeação. A proposta é criar uma secretaria especial para Eduardo nos EUA, o que permitiria sua licença do cargo na Câmara, evitando penalidades por faltas não justificadas.
Se a licença for concedida, um suplente assume a cadeira, e Eduardo mantém o foro privilegiado. No entanto, se ultrapassar 120 dias sem justificativa, estará sujeito a cassação.
Eduardo é investigado por coação no curso do processo, suspeito de pressionar autoridades americanas sobre o julgamento de seu pai, Jair Bolsonaro, no STF. Aliados alertam que a nomeação pode ser entendida como obstrução judicial.
A articulação está sendo conduzida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que busca proteger o núcleo político da família. Outros governadores aliados, como Tarcísio de Freitas (SP) e Jorginho Mello (SC), também foram cogitados, mas sem avanços até o momento.
Com o término da licença de 120 dias, Eduardo reassumiu seu mandato, mesmo à distância. Sem novo pedido de afastamento com justificativa legal, ele poderá enfrentar processo disciplinar na Câmara.
O inquérito que investiga suas ações e as de seu pai segue em andamento. A Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal investigam suspeitas de coação, obstrução de Justiça e atentado à soberania nacional.