Alfaiatarias disputam confecção da primeira batina que o novo papa usará
Competição acirrada entre alfaiatarias marca o processo de confecção das vestimentas papais neste conclave. Raniero Mancinelli se prepara para atender a demanda de última hora, mesmo sem solicitação oficial do Vaticano.
Alfaiataria de Roma produz batinas brancas para novos papas há décadas. No entanto, neste conclave, há competição.
Tradicionalmente, a Casa Gammarelli prepara três conjuntos de tamanhos diferentes para o novo pontífice, mas o Vaticano pediu que não o fizesse desta vez.
A alfaiataria rival, Raniero Mancinelli, aproveitará a oportunidade e oferecerá seu próprio conjunto, incluindo batinas, faixa e solidéu. "Devo entregá-los entre hoje e amanhã", afirmou Mancinelli.
Embora ele já tenha feito roupas para vários papas, nunca confeccionou o primeiro conjunto usado no balcão da Basílica de São Pedro. Mancinelli faz as peças de forma artesanal e planeja entregá-las antes do conclave, começando dia 7 de março.
Ele fabricará três tamanhos, priorizando a largura em vez da altura, pois o caimento não é visível do balcão.
Lorenzo Gammarelli afirmou que sua família estava pronta para as batinas, mas o Vaticano disse que "já haviam sido providenciadas".
Mancinelli, com 70 anos de experiência, expressou que, apesar de não ter recebido solicitação oficial, está preparado. "Eu as faço e ofereço", destacou.
Sua oficina está cheia de pedidos de última hora. "Cardeais precisam de faixa, solidéu e gola", explicou Mancinelli, que se tornou alfaiate por acaso.
Fotos com os últimos três papas decoram sua loja. Durante a eleição de Francisco, que surpreendeu ao ser escolhido, Mancinelli lembrou-se de que o argentino não era um cliente regular, já que muitos clérigos vão e vêm por sua loja.