Alexandre de Moraes manda Meta identificar dono de perfil que teria sido utilizado por Mauro Cid
Ministro do STF determina que Meta identifique dono de perfil no Instagram usado por Mauro Cid. O tenente-coronel é investigado por supostas violações de seu acordo de delação premiada e nega qualquer envolvimento com a conta.
Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a um pedido da defesa do tenente-coronel Mauro Cid e solicitou que a Meta informe, em até 24 horas, a identidade do proprietário de um perfil no Instagram que supostamente foi usado por Cid para discutir sua delação premiada.
Uma reportagem da revista Veja afirmou que Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), mentiu em seu interrogatório ao STF, alegando nunca ter usado o Instagram para falar de sua delação. A defesa nega as acusações.
O militar teria utilizado o perfil para declarar que investigadores da Polícia Federal (PF) teriam colocado “palavras” em sua boca durante a delação, contrariando uma decisão de Moraes que proíbe o uso de redes sociais e exige sigilo sobre o acordo de colaboração.
A defesa de Cid pediu a investigação do perfil e afirmou que o mesmo não pertence a ele: “Mauro Cid afirma a total falsidade da matéria”, disseram os advogados.
Moraes ordenou à Meta que forneça todos os dados cadastrais, incluindo email e número de telefone, e todas as mensagens da conta entre 1º de maio de 2023 e esta sexta-feira.
Cid, em depoimento à PF, negou ter usado o perfil para discutir sua delação. Sua advogada, Vania Adorno Bitencourt, comentou que indivíduos implicados na delação estão “preocupados” e tentando desestabilizar o acordo.
No interrogatório ao STF, a defesa de Bolsonaro questionou Cid sobre um perfil chamado @gabrielar702. Cid não se lembrou, mas sugeriu que poderia ser da sua esposa, Gabriela, o que corresponde ao perfil utilizado, segundo a Veja.
Cid é uma figura central em um acordo de delação com a PF em 2023 e faz parte do “núcleo crucial” na investigação sobre a suposta tentativa de golpe para manter as eleições de Bolsonaro.