Alexandre de Moraes adota sintonia com PGR de Paulo Gonet em ações contra Bolsonaro e golpistas
Ministro Alexandre de Moraes mantém alta taxa de concordância com a PGR, sinalizando uma mudança significativa em relação à gestão anterior de Augusto Aras. Especialistas apontam que essa sintonia pode gerar desequilíbrios no processo penal brasileiro e questionam a independência do Judiciário.
Ministro Alexandre de Moraes rejeita parte da denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet, contra dois militares do “núcleo 3” da tentativa de golpe. Este voto contrasta com a tendência de alinhar-se à PGR, já que Moraes acolheu 85% das manifestações de Gonet desde que assumiu o cargo.
A gestão anterior, sob Augusto Aras, viu apenas 52,7% das manifestações acolhidas. Foram analisadas 211 manifestações de Aras e 418 de Gonet, com um elevado índice de aceitação por parte de Moraes.
Gonet, próximo a Gilmar Mendes e indicado por Lula, tem promovido acusações, incluindo a contra Jair Bolsonaro e aliados, marcando sua atuação como pivotal nas investigações do 8 de Janeiro e outras ações penais.
- Moraes acatou pedidos de liberdade domiciliar, como no caso da cabeleireira Débora dos Santos Rodrigues.
- O elevado grau de concordância gera críticas entre especialistas, que alertam para os riscos de um alinhamento excessivo.
Recentemente, Moraes divergiu da PGR em dois casos, incluindo a exclusão de dois militares da denúncia contra o núcleo golpista, destacando uma mudança na dinâmica frente à gestão anterior.
Aras, criticado por sua omissão, teve sua postura como exceção à regra, contrasta com a abordagem mais ativa de Moraes. Especialistas sugerem que a atuação de Moraes, mesmo que efetiva, pode comprometer a credibilidade do sistema ao apagar as linhas entre acusação e julgamento.