Alerta global: entenda como a Google usa 2 bilhões de celulares para prever terremotos
O Google utiliza sensores de mais de 2 bilhões de celulares Android para criar uma rede de alerta precoce contra terremotos, permitindo avisos segundos antes de ondulações destrutivas. O sistema já emitiu 1.279 alertas em 98 países, garantindo cobertura onde a infraestrutura sísmica é limitada.
O Google transformou mais de 2 bilhões de celulares Android em uma rede global de alerta precoce de terremotos, segundo um novo estudo da revista Science.
O sistema Android Earthquake Alerts (AEA) já detectou mais de 11 mil tremores e emitiu 1.279 alertas entre 2021 e 2024, com alcance em 98 países, incluindo regiões sem infraestrutura sísmica tradicional.
A proposta do AEA é captar a "P-wave" (a primeira e mais rápida onda sísmica), calcular o epicentro, magnitude e área de risco, e emitir alertas segundos antes do "S-wave", a onda destrutiva.
O sistema envia alertas para usuários em regiões de risco, compensando a imprecisão individual com o volume e cobertura global.
A implementação do AEA permitiu uma expansão de dez vezes no acesso a alertas sísmicos, aumentando de 250 milhões de pessoas em 2019 para 2,5 bilhões em 2024.
Os alertas não são genéricos, chegando segundos antes do abalo. Por exemplo, um tremor de magnitude 6.7 nas Filipinas deu até 90 segundos de aviso a usuários a 400 km do epicentro.
A interface do AEA classifica os avisos em dois tipos:
- Take Action: alerta crítico para tremores fortes, com som alto.
- Be Aware: notificação discreta para tremores leves ou moderados.
Até março de 2024, foram disparados mais de 1.200 alertas bem-sucedidos, com 85% dos usuários nas áreas afetadas recebendo notificações. Apenas três falsos positivos foram identificados até agora.
O estudo aponta que falhas, como no terremoto da Turquia em 2023, levaram a aprimoramentos nos algoritmos, tornando o sistema mais eficaz.
Ainda assim, os autores afirmam que o AEA não substitui sistemas oficiais, mas os complementa, especialmente em regiões com poucos sismógrafos.
Google ressalta: “Alertas com segundos de antecedência salvam vidas.”