Alemanha e Japão despontam como alternativa aos EUA no mercado de títulos global
Investidores começam a buscar alternativas viáveis aos títulos do Tesouro dos EUA, conforme crescem incertezas sobre a estabilidade política americana. Com rendimentos mais atrativos na Europa e no Japão, a confiança nos treasuries como porto seguro está diminuindo.
Investidores globais avaliam alternativas mais seguras além dos títulos do Tesouro dos EUA após anos de baixa confiança.
Os rendimentos dos títulos de 10 anos dos EUA caíram 40 pontos-base em 2023, abaixo de 4%, devido à incerteza econômica e tarifas do presidente Trump, que aumentam o risco de recessão.
Na Europa e Japão, as taxas permanecem mais altas. O bund alemão atinge 2,66% devido ao aumento de gastos com defesa. Já os títulos japoneses de 10 anos aumentaram para 1,25% com expectativas de política monetária mais rigorosa.
Embora mais atraentes para investimentos locais, os rendimentos europeus e japoneses ainda estão abaixo dos treasuries. Isso pode provocar uma mudança de alocação para mercados domésticos, com implicações para a demanda de títulos americanos.
O Deutsche Bank destaca uma potencial "crise de confiança" no dólar e uma melhora no status do euro como moeda de reserva global.
Os analistas observam uma possível mudança de regime, onde os treasuries não são mais vistos como o porto seguro global que eram. Uma venda de US$ 58 bilhões em títulos está marcada para terça-feira (8).
Os investidores estão preocupados com o impacto das políticas de Trump e a guerra comercial. O déficit orçamentário dos EUA é historicamente financiado por capital estrangeiro, que representa cerca de um terço do mercado de títulos.
Por outro lado, a União Europeia se tornou um importante detentor da dívida americana. Se seus investimentos aumentarem, a dependência de títulos do Tesouro pode diminuir.
A mudança política nos EUA sob Trump altera a atratividade dos títulos do Tesouro. Analistas sugerem um movimento em direção a um investimento mais nacionalista e uma maior ênfase nos rendimentos europeus.
Esse cenário pode afetar o equilíbrio entre oferta e demanda por títulos do Tesouro a longo prazo.