Alcolumbre e Motta defendem reação coordenada do governo brasileiro a tarifaço de Trump
Parlamentares se unem ao governo para contestar sobretaxa dos EUA e defendem ações para proteger a soberania nacional. A situação é vista como uma pressão política em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro em meio a investigações.
Presidentes do Senado e da Câmara apoiam governo contra sobretaxa dos EUA
Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), manifestaram apoio ao governo federal na resposta à sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
Em reunião no dia 16 de fevereiro com o vice-presidente Geraldo Alckmin e a ministra Gleisi Hoffmann, parlamentares chamaram a medida de “agressão” e defenderam que a reação deve ser liderada pelo Executivo.
Alcolumbre afirmou que o Congresso está “integralmente à disposição” para defender a soberania e o setor produtivo. Ele pediu “firmeza e resiliência” na reação.
Hugo Motta também destacou o suporte da Câmara ao Executivo e mencionou a recente aprovação da Lei de Reciprocidade, que permite ao Brasil retaliar países com barreiras comerciais. Ele afirmou: “O Brasil não pode ser submetido a decisões externas que interfiram na nossa soberania”.
Geraldo Alckmin qualificou a medida de Trump como “inadequada e injusta”, ressaltando que os EUA têm superávit comercial com o Brasil e a tarifa média brasileira de importação é de apenas 2,7%.
Nos bastidores, a ação de Trump é vista como uma resposta política em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado por tentativa de golpe de Estado. Trump também acusou o Brasil de promover uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro.
A reação conjunta do Executivo e Legislativo reflete o isolamento político de Bolsonaro, que é pressionado por anistia a envolvidos nos atos de 8 de janeiro, embora essa proposta não tenha sido mencionada por Alcolumbre ou Motta na reunião.