AGU quer investigação sobre possível lucro de investidores com informação privilegiada sobre tarifaço
AGU investiga possível uso de informações privilegiadas por investidores após anúncio de sobretaxa de Trump. A medida foi provocada por transações financeiras suspeitas que ocorreram antes da divulgação pública das tarifas.
A AGU (Advocacia-Geral da União) vai acionar a Polícia Federal e a Comissão de Valores Mobiliários para investigar possíveis benefícios indevidos de investidores a partir do anúncio de sobretaxas de 50% a produtos brasileiros, feito pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
O pedido segue uma reportagem do Jornal Nacional sobre um movimento suspeito de compra e venda de dólares no dia do anúncio, que poderia indicar transações com informação privilegiada.
Trump anunciou a sobretaxa em 9 de julho, com início em 1º de agosto. Informações indicam que houve compras de US$ 3 a 4 bilhões em dólares horas antes do anúncio, seguidas por vendas significativas após o mesmo, sugerindo lucros imprevistos.
Após o tarifamento, o dólar subiu 2,6%. Trump justificou a ação, vinculando-a ao tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente julgado no STF.
O presidente Lula classificou a sobretaxa como uma chantagem inaceitável, criticando políticos que apoiam a medida e chamando-os de "traidores da pátria."
Na sequência do tarifaço, Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Federal e deve usar tornozeleira eletrônica, com medidas determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, que considera as falas de Bolsonaro como ameaças à soberania nacional.
O vice-presidente Geraldo Alckmin comentou que a situação não deve afetar as negociações tarifárias com os EUA, reforçando que a soberania do país é inegociável.