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Agressão a ator de peça sobre Camões no Dia de Portugal gera debate político; suspeita recai contra neonazistas

Ator português sofre agressão a caminho da última apresentação de peça sobre Camões, que foi cancelada devido a protestos extremistas. A classe política e artistas manifestam apoio e condenação à violência e ao discurso de ódio.

Agressão ao Ator Adérito Lopes Cancela Espetáculo em Lisboa

Na terça-feira (10), o ator português Adérito Lopes chegou ao teatro A Barraca para interpretar o poeta Luís de Camões na peça "Amor É Fogo Que Arde Sem Se Ver", mas foi atacado à porta do teatro, resultando em cortes no rosto e cancelamento do espetáculo.

Segundo a atriz Maria do Céu Guerra, cerca de 30 pessoas estavam insultando os atores do lado de fora. Panfletos com a inscrição "Remigração. Portugal aos portugueses" foram distribuídos, associados ao grupo Reconquista, um grupo extremista. Maria também suspeita de seguidores do skinhead Mário Machado, uma figura conhecida por ofensas raciais.

A situação é agravada por ameaças do grupo extremista Blood and Honour, mencionado em relatórios de segurança. O Dia de Portugal celebra os valores republicanos, mas grupos de extrema direita realizam homenagens ao Dia da Raça, associadas a episódios de violência.

A agressão gerou solidariedade política. O presidente Marcelo Rebelo de Sousa e Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, manifestaram repúdio à violência. O líder do partido Livre, Rui Tavares, destacou a inaceitabilidade do cancelamento do espetáculo devido a grupos neofascistas.

A Polícia de Segurança Pública identificou o suspeito, que é parte do grupo Portugueses Primeiro. Sua identidade não foi revelada, mas uma fonte informou que ele tem 20 anos e está ligado a condenações anteriores por crimes de ódio.

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