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Agente diz ao STF que a Abin criou sala no Planalto com acesso direto a Bolsonaro

Depoimento revela que a Abin operava com autonomia dentro do Palácio do Planalto, ignorando o comando do GSI. A Procuradoria-Geral da República investiga possíveis abusos de poder e vigilância política durante o governo Bolsonaro.

Depoimento de agente da Abin revela estrutura clandestina no governo Bolsonaro

O agente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Cristian Schneider, declarou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a agência criou um gabinete no Palácio do Planalto durante a gestão de Jair Bolsonaro, com acesso direto ao presidente, sem subordinação ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Schneider destacou que este foi um fato inédito na história da Abin. “Foi a primeira vez que a Abin teve salas no Planalto. Esse espaço não respondia ao GSI”, afirmou.

O depoimento suscitou investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR), que suspeita que a Abin, sob Alexandre Ramagem, foi utilizada para vigilância política, visando jornalistas e opositores.

Sendo assim, tanto Ramagem quanto seu sucessor, Vitor Felismino Carneiro, foram escolhidos diretamente por Bolsonaro, sem envolvimento do ministro do GSI, general Augusto Heleno.

A sala da Abin ficava no segundo andar do Planalto, onde Ramagem frequentemente despachava, tratando de assuntos de inteligência e temas políticos com Bolsonaro.

A PGR acusa a gestão Bolsonaro de estabelecer uma "estrutura paralela" na Abin para perseguições políticas, produção de dossiês e monitoramento de opositores, focando também em desconfianças sobre o sistema eleitoral.

Schneider, com quase 30 anos na Abin, esclareceu que a agência não avaliava a segurança das urnas eletrônicas, mas sim monitorava riscos logísticos que poderiam afetar as eleições, como obstruções em estradas.

Esse depoimento pode corroborar a tese de que a inteligência do Estado foi manipulada para fins políticos na administração anterior, tema central da investigação liderada pelo ministro Alexandre de Moraes no STF.

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