Agências de ajuda humanitária alertam para fome e desnutrição em Gaza após 21 mortes em hospital
Agências humanitárias destacam o agravamento da crise de fome em Gaza, pedindo a suspensão das restrições israelenses à ajuda. Embora Israel tenha enviado caminhões de suprimentos, a distribuição continua impedida e a situação dos civis se torna cada vez mais crítica.
Mais de 100 agências humanitárias e grupos de direitos humanos, como Save the Children e Médicos Sem Fronteiras, alertaram sobre a “fome em massa” que se espalha pela Faixa de Gaza.
O alerta ocorreu após 21 crianças morrerem por desnutrição nesta quarta-feira, 23. A declaração conjunta ressalta a crise crescente de fome na região.
28 governos, incluindo Reino Unido, França e Canadá, condenaram a “distribuição de ajuda a conta-gotas”, afirmando que o sofrimento dos civis atingiu novos níveis.
A Médicos Sem Fronteiras relatou um aumento sem precedentes da desnutrição aguda, com adultos colapsando devido à fome. Os suprimentos de ajuda, previamente armazenados fora do território, estão impedidos de chegar às pessoas necessitadas.
Desde o fim do cessar-fogo com o Hamas, Israel bloqueou as entregas de ajuda entre março e maio. Atualmente, a Fundação Humanitária de Gaza gerencia um novo sistema de distribuição, onde as pessoas devem se dirigir a locais específicos em horários combinados.
As Nações Unidas reportaram que mais de 670 pessoas foram mortas perto dos locais de ajuda. A declaração conjunta das agências afirma que o sistema da ONU foi “impedido de funcionar”, com as agências humanitárias prontas para ampliar a ajuda, mas com acesso negado.
O governo israelense justifica suas ações como uma tentativa de impedir o Hamas de roubar ajuda e culpou a ONU pela má distribuição dos suprimentos. Na terça-feira, o COGAT informou que quase 4.500 caminhões de ajuda humanitária entraram em Gaza, incluindo suprimentos essenciais.
COGAT informou que o gargalo na coleta “continua sendo o principal obstáculo” para um fluxo consistente de ajuda humanitária na região.