Agência de notícias AFP anuncia que reduzirá custos em até R$ 89 milhões até 2026
AFP anunciou programa de cortes de 12 a 14 milhões de euros em resposta à queda nas receitas e mudanças no cenário digital. O presidente Fabrice Fries destacou a necessidade de adaptação da organização para compensar a deterioração nas perspectivas financeiras.
AFP implementará programa de economias de 12 a 14 milhões de euros (R$ 76,9 milhões a R$ 89,7 milhões) entre 2025 e 2026, devido a uma deterioração duradoura em suas perspectivas financeiras.
O presidente da agência, Fabrice Fries, anunciou que um programa de economias de curto prazo buscará 2 milhões de euros até o final de 2025, com cortes projetados de até 12 milhões de euros em 2026.
Fabrice Fries destacou que a necessidade de adaptação nas estruturas e métodos é essencial para não desacelerar os investimentos. Ele revelou que as receitas comerciais da AFP deverão cair, com uma previsão de 8 milhões de euros a menos neste ano.
As razões incluem:
- Medo de recessão global;
- Cancelamento de contratos por pressão de governos autoritários;
- Fim do programa de verificação digital da Meta;
- Interrupção do contrato com a Voice of America;
- Superestimação da capacidade de monetização de propriedade intelectual.
Segundo Fries, a saúde financeira dos veículos de comunicação clientes está, em grande parte, abalada pela transformação digital e pela influência da inteligência artificial.
Em 2024, a AFP reportou um lucro líquido de 200 mil euros (cerca de R$ 1,28 milhão) e um faturamento de 326,4 milhões de euros (aproximadamente R$ 2,1 bilhões).
A agência também recebeu 118,9 milhões de euros (R$ 765 milhões) do governo francês para suas missões de interesse geral.
A AFP é uma das três maiores agências de notícias do mundo, com 2.600 colaboradores de 100 nacionalidades, e opera em seis idiomas. Sua estrutura é única, não sendo uma empresa pública ou privada, com o Estado francês no conselho de administração.