Agência de Energia Atômica aponta risco de vazamento radiológico no Irã
A AIEA expressa preocupação com os riscos de contaminação na instalação de Natanz após bombardeios israelenses. A agência destaca que, apesar dos danos, os níveis de radioatividade fora da usina permanecem normais.
Rafael Grossi, diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), expressou preocupações sobre a segurança nuclear após os bombardeios de Israel em centrais nucleares iranianas, intensificando o conflito no Oriente Médio.
Ele alertou sobre o risco de contaminação radiológica e química na central de enriquecimento de urânio de Natanz, um dos alvos dos ataques, com relatos divergentes sobre os danos.
A AIEA avaliou que os danos foram limitados, com a usina de Bushehr não atacada e a central de Fordow sem impactos. A principal preocupação é em Natanz, onde Grossi confirmou que um componente chave foi destruído, mas sem impacto significativo nas partes subterrâneas.
Contradizendo a AIEA, Israel alega que houve danos extensivos em Natanz. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que a instalação foi destruída, enquanto uma fonte de inteligência sugeriu danos substanciais nos andares subterrâneos.
Apesar das alegações, a AIEA destacou que os níveis de radioatividade permaneceram normais após os ataques. O alerta de Grossi enfatizou o risco de vazamentos de radiação ou químicos, especialmente para as pessoas próximas ao local.
Os bombardeios israelenses, considerados um “ataque preventivo”, visavam impedir o desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã. Grossi pediu contenção e reitera que instalações nucleares não devem ser atacadas.
Natanz, situada a 220 km de Teerã, é vital para o programa nuclear iraniano, que o regime afirma ser para fins pacíficos. Recentes relatórios da AIEA indicam que o Irã enriqueceu urânio a 60%, próximo da pureza necessária para armamento nuclear.
A AIEA tem focado sua atenção nos ataques a instalações nucleares, com uma declaração conjunta de vários países alertando que qualquer ataque a essas instalações viola princípios da Carta da ONU.
No contexto, Grossi afirmou que a AIEA atuará para apoiar o Irã durante o conflito.