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Advogados e fintechs brasileiros exportam sucesso do Pix, que chama a atenção de outros países

Pesquisadores da Universidade Stanford se interessam pelo modelo de pagamentos do Brasil e buscam entender seu sucesso, com especialistas locais orientando sobre a estrutura e a governança do Pix. Apesar do interesse internacional, a adaptação a outros países enfrenta desafios únicos relacionados à confiança nas instituições financeiras e à regulação local.

Pesquisadores da Universidade Stanford buscaram entender o sucesso do Pix no Brasil, o sistema de pagamento eletrônico que é liquidado em seis segundos.

Consultando o advogado Bruno Balduccini, eles descobriram que a ideia de implementar algo semelhante nos EUA é vista com ceticismo, já que os americanos não confiam em sistemas governamentais.

A Colômbia está em estágio avançado para adotar um modelo similar, enquanto Peru, Chile e México também demonstram interesse. A pertinência da governança e políticas públicas é reconhecida como um desafio.

O Pix, lançado em 16 de novembro de 2020, se tornou o método de pagamento mais popular no Brasil, sendo utilizado por 76,4% da população, conforme dados de dezembro do ano passado.

O advogado Antonio Soares, da fintech Dock, destacou que o Brasil se destaca pela confiança em seu sistema financeiro, algo que pode não se repetir em outros países. Ele observa que no Brasil, o recebimento via Pix traz vantagens reais para pequenos estabelecimentos.

No caso da Colômbia, a regulamentação é facilitada por dois órgãos: o banco central para pagamentos altos e a superintendência para os menores. Já no Peru, a abordagem poderá ser mais centrada nos bancos devido à habilidade técnica limitada do banco central.

A centralização estatal do Pix no Brasil, apoiada por um arcabouço legal robusto, é um diferencial. Em muitos países, discute-se se cabe à autoridade monetária gerenciar o mercado de pagamentos.

Embora muitos países estejam buscando adaptações, replicar o modelo brasileiro enfrenta desafios, principalmente devido à falta de confiança e infraestrutura em sistemas financeiros. O Brasil se mantém como referência e, com a digitalização em avanço, a possibilidade de inovar ainda mais no setor é real.

Por fim, há discussões sobre a conversibilidade do real, o que poderia gerar tensões políticas, principalmente com possíveis reações do governo dos EUA.

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