Advogado de réu da trama golpista diz que conversou com Cid sobre delação, envia fotos e áudios ao STF, e pede anulação do acordo
Defesa de coronel alega que delação de Mauro Cid foi forçada e deve ser anulada. A argumentação é baseada em publicações que teriam violado as regras do acordo de colaboração.
Defesa de Marcelo Costa Câmara, coronel da reserva e ex-assessor de Jair Bolsonaro, pediu ao ministro Alexandre de Moraes do STF a anulação do acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.
O advogado Eduardo Kuntz argumentou que Cid violou a proibição de falar sobre sua delação em redes sociais. Ele apresentou prints e áudios que mostram Cid reclamando da delação e citando a Polícia Federal (PF).
O acordo de Cid, que envolve Bolsonaro e aliados, fundamenta a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a tentativa de golpe. A defesa de Câmara destaca que os diálogos levantam dúvidas sobre a voluntariedade do acordo.
O advogado afirma: “O princípio da voluntariedade foi absolutamente arranhado...”, pedindo a anulação do acordo.
Câmara faz parte do “núcleo dois” dos acusados, enquanto Bolsonaro e Cid estão no “núcleo crucial” do golpe.
No mesmo dia, a defesa de Bolsonaro também pediu a anulação da delação de Cid, alegando uso indevido de redes sociais.
A solicitação foi baseada em uma reportagem da revista “Veja”, que indicou que Cid mentiu em seu interrogatório no STF. Cid nega ter falado sobre sua delação nas redes.
Na sexta-feira, Moraes ordenou que a Meta identificasse o proprietário da conta usada por Cid.
A advogada Vania Bitencourt, representante de Cid, comentou que já esperava a tentativa de anulação e que, mesmo que isso ocorra, as provas coletadas permanecem válidas.