Acordos comerciais de Donald Trump: muita espuma e pouco chope?
A falta de clareza sobre os acordos comerciais de Trump levanta dúvidas sobre sua eficácia. Enquanto o governo celebra conquistas, os investimentos podem não atender às expectativas, gerando riscos para consumidores e empresas.
A crescente agenda comercial de Trump está repleta de incertezas, com acordos carentes de detalhes e números exagerados.
Recentemente, Trump anunciou acordos históricos com Japão e União Europeia, além de uma prorrogação da trégua tarifária com a China. O governo alega que sua abordagem está sendo validada, enquanto se prepara para aumentos de tarifas a partir de 1º de agosto.
Trump acredita que esses investimentos prometidos vão revitalizar a indústria manufatureira americana e criar empregos. Contudo, se a realidade não acompanhar os números apresentados, as tarifas podem aumentar a arrecadação sem cumprir as metas ambiciosas.
O acordo com o Japão inclui um fundo de US$ 550 bilhões, mas autoridades japonesas afirmam que apenas 1% ou 2% se refere a investimentos reais. O restante seriam empréstimos.
- Os dois países relatam os acordos de maneiras diferentes, aumentando os riscos de impasses futuros.
- A União Europeia prometeu US$ 600 bilhões em novos investimentos, mas sem compromissos vinculativos.
- Expectativas de compras de energia dos EUA por parte da UE somam US$ 750 bilhões em três anos.
Tarifas estão sendo revisadas: a maioria das importações do Japão e da UE terá aumento de 10% para 15%. Isenções parciais estão em negociação.
Trump também ameaçou novas tarifas relacionadas à compra de energia da Rússia, com penalidades a países como a Índia.
Adicionalmente, o governo está lidando com críticas sobre uma abordagem fragmentada para tarifas de importação, especialmente no setor automotivo.
Embora 1º de agosto seja um marco para as tarifas, novas negociações ainda estão previstas, com Trump disposto a discutir constantemente os acordos comerciais.