Acordo com União, dividendo e novo Conselho: como mercado viu decisões na Eletrobras?
A assembleia de acionistas da Eletrobras também aprovou a distribuição de R$ 1,8 bilhão em dividendos, a maior da história da empresa. As alterações no conselho de administração visam assegurar uma governança mais eficiente e alinhada com os interesses da companhia.
Mudanças na Eletrobras (ELET3; ELET6) foram concretizadas em assembleia de acionistas na terça-feira, 29.
Os acionistas aprovaram um acordo de conciliação com a União, que encerra uma disputa pela participação do governo na empresa. Com isso:
- A União indicará três dos dez membros do conselho de administração, além de um membro no conselho fiscal;
- A Eletrobras não precisará mais investir na usina nuclear de Angra 3.
Apesar de possuir mais de 40% das ações, a União tinha direito de voto limitado a 10%. A homologação do acordo extinguirá uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) que pedia mais poder ao governo.
Na Bolsa, as ações ON subiram 0,8% e as PN 0,51%.
O acordo prevê que os indicados ao conselho deixem seus cargos em empresas concorrentes. Os nomes confirmados foram:
- Maurício Tolmasquim (Petrobras);
- Silas Rondeau (ENBPar);
- Nelson Hubner (ENBPar).
O governo indicou Guido Mantega para o conselho fiscal, mas ele desistiu da candidatura. Uma nova indicação ocorrerá "oportunamente".
Durante a assembleia, foi aprovada a distribuição de R$ 1,8 bilhão em dividendos, somando um total de R$ 4 bilhões para o exercício de 2024, a maior na história da Eletrobras.
Os acionistas também aprovaram:
- A incorporação da Eletropar;
- A alteração no critério de desempate para matérias deliberadas, priorizando conselheiros independentes;
- A redução do número mínimo de membros independentes de seis para cinco.
A mudança foi criticada por Marcelo Gasparino, advogado e conselheiro, questionando a possibilidade de controle por conselheiros indicados.
O Bradesco BBI destaca a aprovação do acordo como um passo importante para a resolução da questão com o governo, e o próximo foco deve ser a análise do acordo pelo Supremo Tribunal Federal.
A Genial Investimentos recomenda a compra de ELET3, reforçando que o acordo traz estabilidade à Eletrobras e resolve incertezas para investidores.
A empresa está atualmente com múltiplos atraentes e uma agenda de reestruturação em andamento.