Ações da Gol para enfrentar mudanças climáticas passam por SAF, troca de aeronaves e contratação de meteorologista
Companhias aéreas enfrentam pressões para descarbonizar enquanto lidam com custos crescentes devido a eventos climáticos extremos. A Gol implementa medidas como contratação de meteorologista e investimento em tecnologia para mitigar os riscos climáticos nas operações.
Companhias aéreas enfrentam desafios duplos devido às mudanças climáticas:
O setor de aviação representa 2% a 3% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) globalmente. Além da pressão por descarbonização, eventos climáticos extremos aumentam custos e exigem um mapeamento detalhado de riscos.
Celso Ferrer, presidente da Gol, declarou que a empresa adota uma visão de longo prazo para 2050 e um enfoque imediato para as mudanças climáticas atuais. A empresa está incorporando essas questões em sua análise de risco e operações.
Eduardo Calderon, do Centro de Controle Operacional da Gol, comentou sobre a contratação de uma meteorologista para melhorar a previsibilidade climática, já que condições adversas podem levar a custos extras, especialmente em voos alternados.
Em relação a eventos climáticos, a Gol implementa tecnologias como electronic flight bag (EFB) para monitorar turbulências. Gabriel Casella, gerente de Safety da Gol, destacou a preocupação da IATA sobre os riscos climáticos.
O setor aéreo busca alternativas aos combustíveis fósseis, mas a transição para o Combustível Sustentável de Aviação (SAF) é complexa. Medidas internacionais exigem redução de emissões a partir de 2027, começando com 1% até atingir 10% em 2037.
Atualmente, nenhuma empresa brasileira produz SAF em escala comercial. No entanto, investimentos de R$ 17,5 bilhões são esperados no segmento até 2027. Quatro empresas no Brasil estão focadas em desenvolver SAF: Acelen, Raízen, Petrobras e Grupo BBF.
A Gol espera que a Petrobras forneça SAF em dois anos. A estimativa de substituição de combustível fóssil por SAF pode variar de 1,3% a 2,5%, dependendo da matéria-prima.
Adicionalmente, a troca das aeronaves para modelos Boeing 737 MAX, prevista até 2032, deve contribuir com uma redução de 15% no uso de combustíveis e, consequentemente, nas emissões.