Ação contra Harvard fere imagem do próprio governo Trump, diz pesquisador brasileiro que atuou na universidade
Cientista político critica a decisão de Trump e aponta que medida prejudica a imagem dos EUA e da própria administração. A liminar da Justiça suspendeu temporariamente a proibição de matrículas de estrangeiros na universidade.
A decisão do presidente Donald Trump de proibir matrículas de estrangeiros na Universidade de Harvard tem repercussões negativas para a imagem dos Estados Unidos e do próprio governo, segundo o cientista político Hussein Kalout.
A medida foi suspensa por uma liminar da Justiça americana em 23/05. Kalout destacou que a decisão gera prejuízos à universidade e ao governo Trump. Ele acredita que a Justiça irá reavaliar a ação devido à sua importância.
A disputa entre a Casa Branca e Harvard intensificou-se. A universidade considera as ações do governo uma "violação flagrante" da lei, enquanto o governo alega que Harvard não combate adequadamente o antissemitismo.
Na quinta-feira (22/05), o Departamento de Segurança Interna (DHS) revogou o acesso da universidade ao Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio, afetando cerca de 6.800 estudantes internacionais, que representam 27% das matrículas.
Kalout descreve a disputa como o único recurso de Harvard contra os ataques de Trump, que tem pressionado instituições a se alinharem com sua agenda política, ameaçando cortar verbas de pesquisa.
O governo exige que Harvard implemente mudanças para combater o antissemitismo, com a ameaça de revogar isenções fiscais e congelar subsídios. Harvard responde que já tomou medidas contra o problema e que as exigências do governo visam controlar suas práticas acadêmicas.
Em sua comunicação, Harvard afirmou estar comprometida em manter a capacidade de acolher estudantes internacionais e criticou a decisão do governo como "ilegal".
A universidade, a mais rica do mundo com um patrimônio de US$ 53 bilhões, possui robustez suficiente para resistir às pressões do governo Trump.