HOME FEEDBACK

Ação antirroubo pode virar problema para varejistas

Executivos do varejo alertam que medidas de segurança contra roubos estão impactando negativamente as vendas, em meio a um cenário de inflação e desaceleração do consumo. A insatisfação dos clientes com as barreiras implementadas pode levar a uma piora na experiência de compra e, consequentemente, nas receitas das empresas.

Executivos e entidades setoriais alertam sobre o impacto das novas estratégias de segurança no varejo, que visam combater o aumento de roubos e furtos e podem prejudicar as vendas, já ameaçadas pela desaceleração do consumo.

Companhias afirmam que as perdas financeiras não são absorvidas apenas por elas, sendo repassadas aos consumidores, o que resulta em uma queda na capacidade de suportar aumentos de preços, especialmente em supermercados e farmácias.

Carlos Eduardo Santos, presidente da Abrappe, destaca que a margem líquida do setor é muito baixa, de apenas 1% a 2%, tornando difícil repassar os custos. Além disso, medidas de segurança podem inibir a venda devido à dificuldade em acessar produtos, como relatado por clientes sobre mercadorias protegidas em lojas.

Há um aumento de questionamentos por parte de clientes sobre as estratégias de segurança implementadas e seu impacto na experiência de compra. Marcelo Pimentel, presidente do GPA, observa que o medo de perder produtos não deve superar a necessidade de vendas.

A Veesion destaca que algumas empresas que não compreendem que o fim de roubos pode ocorrer devido à baixa acessibilidade dos produtos, o que pode resultar em uma queda nas vendas.

Dados revelam que cerca de 30% das perdas em uma rede de varejo são oriundas de furtos, sendo 60% deles realizados por clientes regulares. Furtos em drogarias aumentaram significativamente, levando redes como RD Saúde e Pague Menos a diminuir estoques e reforçar segurança.

Iniciativas como a instalação de câmeras e segurança na entrada de lojas têm sido adotadas. Contudo, essas estratégias podem afetar a experiência do consumidor, causando quedas nas vendas em algumas cadeias.

Por fim, a Abrappe informou que os furtos representaram 31,7% dos prejuízos do varejo em 2023, o maior nível desde 2019, e o total de perdas comerciais atingiu 1,57% das vendas, o que é um aumento significativo em comparação ao ano anterior.

Leia mais em valoreconomico