‘Abin paralela’: PF vê indícios de crime de Bolsonaro, mas não indicia ex-presidente; entenda
Relatório da PF indica indícios de crimes cometidos por Jair Bolsonaro e outros na espionagem de opositores. A Procuradoria-Geral da República agora avaliará a possível responsabilização dos envolvidos.
Polícia Federal conclui inquérito sobre o aparelhamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionagem de opositores durante o governo de Jair Bolsonaro.
O caso, conhecido como “Abin paralela”, apontou indícios de crimes por parte de:
- Jair Bolsonaro
- Carlos Bolsonaro
- Alexandre Ramagem
O relatório está sob sigilo e inclui uma lista de indiciados. Inicialmente foi confirmado que Bolsonaro estava indiciado, mas ele não figura na lista final, devido à legislação que proíbe responder duas vezes pelo mesmo crime.
A Procuradoria-Geral da República agora avaliará a responsabilização de Bolsonaro e dos demais investigados, sem necessidade de seguir a lista da PF.
Carlos Bolsonaro insinuou em redes sociais que o indiciamento é político, mencionando possíveis influências nas eleições de 2026.
A investigação também afetou a atual gestão da Abin, com indiciamentos do atual diretor-geral, Luiz Fernando Corrêa, e do ex-número dois, Alessandro Moretti. A PF indicou um “conluio” entre as gestões para evitar a exposição de monitoramentos ilegais.
O inquérito revela que a Abin foi utilizada para espionagem ilegal, favorecendo interesses políticos de Bolsonaro e sua família.
Em outubro de 2023, foi deflagrada a Operação Última Milha, que investigou o uso do software “espião” FirstMile, com 60 mil acessos entre 2019 e 2023.
Em janeiro de 2024, propriedades de Ramagem foram alvo de busca e apreensão na Operação Vigilância Aproximada.