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'Abin paralela': investigação descobriu áudio entre Bolsonaro e Ramagem para proteger Flávio

Depoimentos e documentos apontam a tentativa de um esquema de espionagem para proteger Flávio Bolsonaro de investigações da Receita Federal. A gravação revela discussões sobre irregularidades e estratégias de defesa em uma reunião com autoridades do governo.

Investigação da PF: A Polícia Federal (PF) encontrou um áudio clandestino de uma reunião entre o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin, e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O encontro ocorreu em 25 de agosto de 2020, no Palácio do Planalto, onde discutiram irregularidades da Receita Federal que miravam o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho de Jair. Ambos foram indiciados pela PF por supostas espionagens ilegais. Flávio não foi indiciado.

A gravação foi apreendida em um computador de Ramagem e faz parte de um inquérito que apura o uso irregular da Abin para monitoramento de adversários políticos durante o governo Bolsonaro.

O áudio revela que Ramagem sugeriu a instauração de procedimentos administrativos contra auditores para anular investigações. Ele e os advogados de Flávio debateram estratégias de defesa.

O relatório da PF indica que a “Abin paralela” buscou descobrir “podres” sobre os auditores da Receita envolvidos na investigação do caso das rachadinhas, que foi anulado pelo STJ em 2021.

Tanto Bolsonaro quanto Ramagem não comentaram o indiciamento, mas negaram envolvimento em atividades de espionagem. A Abin declarou estar “à disposição das autoridades” e alegou que os fatos ocorreram em “gestões passadas”.

Ramagem também fez declarações em redes sociais, defendendo que não houve interferência nas investigações e que o uso de uma ferramenta de análise pela Abin foi regular.

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