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A venezuelização de Trump: sanções ao Brasil são última mostra da decadência americana

Trump e Chávez: paralelos entre o autoritarismo competitivo e o populismo contemporâneo. Com práticas similares e ambientes polarizados, ambos ameaçam as bases do Estado de direito em seus países.

Hugo Chávez introduziu o conceito de autoritarismo competitivo no final do século 20. Este regime permite eleições e oposição, mas corrompe as bases do Estado de direito, levando a uma competição injusta.

Chávez não foi o único a adotar esse modelo. Recep Erdogan (Turquia), Viktor Orbán (Hungria), Narendra Modi (Índia) e Nayib Bukele (El Salvador) também seguiram o exemplo. Atualmente, Donald Trump refina essa prática nos Estados Unidos.

Ambos, Trump e Chávez, compartilham carisma, domínio de mídias e um aptidão para polarização política. Esse ambiente, aliado a crises econômicas, favorece regimes populistas.

Historicamente, a Venezuela foi um bastião democrático na América do Sul até a década de 90, quando crises sociais e econômicas facilitaram a ascensão de Chávez, um ex-militar e "outsider".

Nos EUA, após 2008 e a pandemia de 2020, a polarização aumentou, permitindo a ascensão de Trump. A primeira presidência dele foi contida por limites democráticos, mas Trump conseguiu fortalecer sua influência no Partido Republicano.

Desde então, Trump tem governado de forma autoritária, emitindo 176 decretos em seis meses, muitos deles inconstitucionais, sem muita oposição da Suprema Corte.

Ele equipara cenários com Chávez, como a nomeação de aliados para o Tribunal Superior de Justiça e o controle da comunicação através de redes sociais.

Trump também atacou a imprensa, restringindo o acesso de veículos críticos e ameaçando concessões de emissoras, prática semelhante ao que Chávez fez com a RCTV em 2007.

Ambos utilizam inimigos imaginários para manipular a percepção pública e proteger seus interesses, demonstrando um alinhamento preocupante entre seus regimes.

Em meio a isso, é vital que a democracia brasileira reaja contra tendências autoritárias.

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