A três dias do tarifaço, falta de diálogo com Trump faz adiamento ser visto praticamente como inviável pelo governo Lula
Falta de comunicação entre Brasil e EUA aumenta incertezas sobre a iminente sobretaxa de 50% nas exportações brasileiras. Enquanto isso, o governo brasileiro tenta estabelecer diálogos para resolver a crise comercial.
Negociações entre Brasil e EUA travadas
A falta de comunicação entre Brasil e Estados Unidos reforça a percepção de que a sobretaxa de 50% sobre exportações brasileiras vai vigorar a partir da próxima sexta-feira.
O Brasil, único dos países afetados pelo “tarifaço” dos EUA com déficit comercial, enfrenta essa elevada sobretaxa, apesar de não ter saldo favorável com os americanos.
O presidente Donald Trump justificou a medida citando:
- a “perseguição” ao ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Judiciário;
- regulação das grandes empresas de internet;
- um suposto saldo favorável ao Brasil.
Tentativas de contato com o governo americano não obtiveram sucesso; uma conversa entre o vice-presidente Geraldo Alckmin e o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, foi a única exceção, sem detalhes divulgados.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está em Nova York para uma reunião da ONU e se mostrou disposto a se encontrar com Marco Rubio ou Jamieson Greer, sem resposta do governo americano até o momento.
Uma missão de senadores brasileiros está nos EUA para tentar destravar as negociações, reunindo-se com empresários e parlamentares americanos.
Incertezas aumentam: Trump anunciou tarifas de até 15% para países sem acordos, mas não confirmou se o Brasil está na lista.
O governo brasileiro quer focar nas questões comerciais, enquanto os EUA insistem em discutir o tratamento dado a Bolsonaro e um acordo para fornecimento de materiais críticos como Lítio e Nióbio, essenciais na disputa tecnológica com a China.