A trajetória do Chega, partido de direita e anti-imigração que cresceu na eleição de Portugal
As eleições legislativas em Portugal marcam a ascensão do Chega, que iguala o número de deputados do Partido Socialista. A coligação vencedora, Aliança Democrática, enfrenta desafios para formar um governo estável sem uma maioria clara.
Aliança Democrática (AD) vence eleições legislativas em Portugal, realizadas no dia 18/5, mas não consegue maioria para governar, conquistando 89 vagas.
O Chega, partido de direita radical, é considerado um dos grandes vencedores ao conquistar 58 deputados, mesma quantidade do Partido Socialista (PS).
O cientista político Antonio Barreto destaca que a vitória da AD é curta, enquanto o líder do Chega, André Ventura, declara o fim do bipartidarismo. A AD pode precisar da aliança com o Chega para governar.
O PS, devastado pelo empate, teve seu líder, Pedro Nuno Santos, pedindo demissão. O Chega, fundado em 2019, aumentou sua votação de 1,3% para 23%.
André Ventura, ex-comentarista de futebol, ganhou notoriedade por suas declarações polêmicas sobre minorias e imigração. Ele defende o controle da imigração e já manifestou opiniões controversas sobre comunidades estrangeiras.
A comunidade brasileira em Portugal, a segunda maior do exterior, também apoia Ventura, que já recebeu apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar disso, apenas uma pequena fração dos imigrantes está registrada para votar.
Ventura critica o atual governo brasileiro e defende propostas como castração química para estupradores. Em sua ascensão, ele se posiciona como a voz de um povo cansado de corrupção.