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A trajetória da energia é a história da adição energética

O livro "Energy’s History: Toward a Global Canon" propõe uma reconfiguração da narrativa sobre a energia, enfatizando a adição de fontes energéticas e sua relação com práticas culturais e sociais. A obra busca desafiar visões eurocentradas, valorizando as experiências do Sul Global e outras narrativas não industriais.

Estudo revela singularidade da era energética atual

A aceleração na exploração energética, unida à revolução da informação e à inteligência artificial, é tema central do livro “Energy’s History: Toward a Global Canon”, organizado por Imre Szeman, Jennifer Wenzel e Patricia Yaeger.

Os autores defendem a ideia de “adição energética”, onde novas fontes são incorporadas sem eliminar as anteriores. O livro propõe um cânone global que transcende a simples cronologia das fontes, como lenha, carvão e petróleo, abordando suas interações culturais, sociais e políticas.

Curiosamente, a energia, essencial para a vida moderna, é frequentemente negligenciada nas ciências humanas e tratada como mero dado técnico. O livro visa reverter isso, questionando as narrativas predominantes que ignoram experiências do Sul Global e cosmologias indígenas.

As autoras consideram importante avaliar a energia em diversos contextos culturais. Desde a energia solar nas utopias do Sul da Ásia até a história do carvão na Inglaterra vitoriana, enfatizam que a transição energética é mais que tecnologia.

A adição energética demonstra a capacidade adaptativa das sociedades, que integram novas fontes sem descartar as antigas. A lenha, por exemplo, permanece com forte valor cultural e emocional em muitas comunidades.

O livro também critica o discurso triunfalista da transição energética, argumentando que ela despolitiza as questões envolvidas. A energia, afirmam os autores, é uma questão de justiça e deve ser entendida como uma linguagem que refleja as necessidades e contextos das sociedades.

Por fim, o estudo convida a refletir sobre como a história da energia molda o destino humano, revelando suas complexidades, desafios e possibilidades de micro-renascimentos culturais.

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