A revolução neobiológica no agro brasileiro
Mariângela Hungria destaca a importância da biotecnologia na agricultura brasileira ao receber o World Food Prize. Suas pesquisas promovem a fixação biológica de nitrogênio, reduzindo a dependência de fertilizantes químicos e contribuindo para a sustentabilidade.
Prêmio World Food Prize: Mariângela Hungria reconhecida por sua contribuição à revolução neobiológica na agricultura brasileira.
A cientista, seguidora de Johanna Döbereiner, destaca a importância de bactérias e fungos na produção agrícola. Suas pesquisas na Embrapa possibilitaram a lavoura de soja do Brasil, que não requer mais fertilizantes químicos à base de amônia.
Isso se deve à fixação de nitrogênio por bactérias associadas às raízes das plantas. Produtos chamados inoculadores são utilizados nas sementes, reduzindo custos e emissão de gases de efeito estufa.
No cultivo de gramíneas, a fixação nitrogenada é menos eficiente, mas bioinsumos estão melhorando o enraizamento e a resistência a déficits hídricos.
Hungria destaca-se na biotecnologia do solo. Seu prêmio é um reconhecimento merecido. Além de bioinsumos, biopesticidas ganham destaque, utilizando organismos vivos para controlar pragas.
O Brasil se tornou líder mundial em defensivos biológicos, com aprovação de 663 pesticidas em 2024, dos quais 106 são bioinsumos, refletindo um crescimento de 19% em relação ao ano anterior.
A CropLife Brasil relata um aumento de 21% no mercado de bioinsumos, quatro vezes acima da média global. Está ocorrendo uma revolução de conhecimento na agricultura, superando os antigos paradigmas.
O foco está na sinergia entre químicos e biológicos, promovendo elevada produtividade. Novas tecnologias biológicas estão se integrando à agricultura moderna, sem retornar a métodos do passado.