A raiva e frustração de venezuelanos após sua entrada ser proibida nos EUA: 'Passamos de um país poderoso à escória'
Nova restrição dos EUA à entrada de cidadãos venezuelanos gera desespero e indignação na comunidade, que se sente estigmatizada e penalizada por uma crise política que não criaram. A medida, que se inicia em 9 de junho, ameaça romper laços familiares e limitar oportunidades para um povo já afetado por um histórico exílio forçado.
Incerteza, raiva, tristeza e impotência marcam a reação dos venezuelanos após o governo dos Estados Unidos anunciar, em 04/06, novas restrições à entrada de cidadãos da Venezuela, que começam no dia 9 de junho. Essa medida, somada a outras ações de Donald Trump, é vista como uma forma de estigmatizar a população venezuelana.
A nova norma restringe a entrada de cidadãos de Cuba, Venezuela e de uma dúzia de outros países, afetando particularmente os migrantes venezuelanos que buscam escapar da crise. Muitos temem que as autoridades migratórias atuem de forma discriminatória.
A Acnur, agência da ONU para Refugiados, estima que cerca de 7,89 milhões de pessoas deixaram a Venezuela na última década. Apesar das justificativas do governo dos EUA - alegando falta de documentação adequada por parte da Venezuela - muitos acreditam que a medida prejudica apenas os cidadãos, sem afetar o regime de Nicolás Maduro.
Os relatos de venezuelanos expressam profunda indignação: "Essa medida dor na alma", diz uma residente na Espanha. Outro afirma, "Passamos de um país poderoso à escória." Além disso, muitos que possuem vistos legais se sentem inseguros acerca de poderem entrar nos EUA.
Venezuelanos enfrentam dificuldades financeiras e emocionais para obter vistos, como destaca Caque Armas, que vive no México: "Meus pais, que vivem na Venezuela, não poderão visitar minha irmã que mora em Miami."
Histórias de frustração são comuns, como a de Nagui Correa, que gastou tempo e dinheiro para conseguir um visto, agora considerado inútil. “Dói pensar na quantidade de famílias e vidas que essa medida está prejudicando”, afirma.
A nova política gera incertezas e gera a sensação de que "os justos pagam pelos pecadores", intensificando a insegurança e a dor das comunidades afetadas.