A polêmica proposta na Escócia de tornar crime pagar por sexo com prostitutas: 'Meu corpo vai virar cena do crime'
Alice, uma profissional do sexo, expressa sua preocupação com proposta de criminalização da compra de sexo na Escócia, afirmando que isso pode comprometer sua segurança. O projeto de lei da parlamentar Ash Regan busca combater a exploração, mas gera divisões sobre a melhor abordagem para proteger mulheres na prostituição.
Alice, 17 anos na época, foi demitida de um emprego e acabou entrando no trabalho sexual por influência de uma amiga. Hoje, aos 30, ela teme as mudanças na legislação escocesa que podem torná-la "terrivelmente" insegura.
A parlamentar Ash Regan propõe um projeto de lei para criminalizar o pagamento por serviços sexuais no modelo nórdico, argumentando que isso ajudaria a proteger as mulheres da violência masculina e a confrontar a demanda masculina pela prostituição.
Atualmente, na Escócia, o pagamento por sexo é legal, mas algumas atividades relacionadas são ilegais. Regan deseja oferecer alternativas às mulheres que se prostituem e revogar condenações passadas.
Alice acredita que a internet melhorou a segurança, permitindo que profissionais escolham clientes. Porém, teme que a criminalização do pagamento por sexo elimine "bons clientes" e torne a identificação de compradores mais difícil.
Ela vê a proposta de Regan como uma troca por um emprego de salário mínimo, o que não resolveria os problemas que a levaram ao trabalho sexual. Regan, por outro lado, reafirma que seu projeto é uma resposta à exploração e vulnerabilidade das mulheres.
O projeto de Regan é polêmico e enfrenta oposição. Se aprovado, a Escócia não será pioneira, já que pagar por sexo é ilegal na Irlanda do Norte desde 2015, mas com resultados questionáveis.
A discussão sobre as leis de prostituição continua acalorada, e os parlamentares analisarão o projeto frente às eleições de 2026, enquanto o tempo pode ser um limitador significativo.