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A ousadia de Milei: normalizar a economia da Argentina

Javier Milei anuncia um ambicioso programa de reformas econômicas apoiado pelo FMI, mas enfrenta resistência da população e o receio de novos riscos inflacionários. Enquanto busca estabilizar a economia, a estabilidade política e a aprovação popular se tornam cruciais para o sucesso de suas medidas.

Presidente argentino Javier Milei afirmou que o mundo falará de crescimento ao ritmo argentino, após anunciar um programa de US$ 20 bilhões com o FMI (Fundo Monetário Internacional).

Contudo, greves gerais paralisaram o país em protesto contra cortes de gastos. Serviços como trem e metrô foram suspensos, e o lixo se acumulou nas ruas.

Milei herdou uma inflação crescente e gastos excessivos, mas cortou gastos rapidamente, reduzindo a pobreza de 53% para 38%. Ele enfrenta agora desafios com controles de capital e um peso supervalorizado.

Em um movimento arriscado, o governo passou a permitir uma taxa de câmbio flutuante entre 1.000 e 1.400 pesos por dólar, ao mesmo tempo que garantiu apoio financeiro do FMI, com US$ 12 bilhões imediatos.

No entanto, investidores permanecem céticos. O peso despencou 12% após a nova política, e a consultoria Capital Economics alerta que isso ainda supervaloriza a moeda. O governo também reduziu controles de capital, aumentando o investimento estrangeiro, mas afetando a segurança financeira.

As reformas visam acumular reservas para empréstimos futuros, com US$ 19 bilhões vencendo em 2026. Títulos argentinos subiram 3%, indicando alguma confiança.

O contexto global desfavorável, incluindo a guerra comercial dos EUA, dificulta as expectativas. A inflação pode subir, ameaçando a popularidade de Milei, que atualmente tem uma aprovação de 45%.

Dificuldades políticas aumentam com o Senado rejeitando suas indicações para a Suprema Corte e investigações sobre uma criptomoeda controversa. O apoio ao presidente é incerto, especialmente com o retorno do peronismo sendo uma preocupação nas próximas eleições.

Embora a situação continue desafiadora, Milei parece mais perto de alcançar uma transformação econômica na Argentina do que nunca.

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