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A mãe que passou 44 anos procurando filha sequestrada - e a encontrou do outro lado do mundo

Após 44 anos de busca, Han Tae-soon reencontra sua filha sequestrada em 1975, agora chamada Laurie Bender. A história revela um escandaloso esquema de adoções ilegais em massa promovido pelo governo sul-coreano.

Reencontro Dramático de Mãe e Filha Após Décadas de Sequestro:

Han Tae-soon, 71 anos, recorda do último momento com sua filha, Kyung-ha, em maio de 1975, em Seul. Ela saiu para ir ao mercado e, ao voltar, a menina havia desaparecido.

Após mais de 40 anos, o reencontro revelou que Kyung-ha, agora chamada Laurie Bender, estava vivendo nos EUA após ser sequestrada e enviada para um orfanato. Han processa o governo sul-coreano por não ter impedido a adoção ilegal de sua filha.

Desde a década de 1950, a Coreia do Sul tem sido um dos maiores exportadores de crianças para adoção internacional, totalizando entre 170 mil e 200 mil crianças. Investigações recentes revelaram que a fiscalização do programa permitiu práticas ilegais, como sequestros e trocas de identidade.

O caso de Han é o primeiro em que um parente busca indenização do governo. Ela expressou seu desejo de justiça, afirmando que nunca recebeu um pedido de desculpas por sua dor. Em seu caminho para encontrar Laurie, Han percorreu delegacias, orfanatos e apareceu na televisão por anos.

Laurie, enfermeira na Califórnia, voltou a Seul após um teste de DNA confirmar a relação. O reencontro emocionante foi descrito como um momento de "cura" para ambas. Kyung-ha reconheceu que viveu uma "vida falsa" após ter sido levada por uma mulher alegando conhecer sua mãe.

Adoções na Coreia começaram após a guerra civil, sob o pretexto humanitário, mas rapidamente se transformaram em um "comércio de crianças". Agências privadas se tornaram autônomas, e práticas inadequadas proliferaram, com governo sabendo da situação.

Embora o governo tenha tentado reformar o sistema de adoção desde 2012, o trauma persiste para muitos adotados. Após o reencontro, Han e Kyung-ha tentam manter uma conexão, apesar das barreiras de idioma e distância. Han reflete sobre a dor e as perdas que sua família sofreu e afirma que nenhum dinheiro pode compensar o que perdeu.

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