A ilha japonesa que foi salva pela arte
A transformação de Naoshima em um destino turístico de arte contemporânea atraiu anualmente mais de 500 mil visitantes. Apesar do crescimento, a ilha ainda enfrenta desafios como o despovoamento e a necessidade de preservar a identidade local.
Shinichi Kobayashi recorda uma infância idílica em Naoshima, no Japão, onde foi prefeito desde 2018. A ilha, outrora desconhecida para turistas, agora recebe anualmente mais de 500 mil visitantes graças à arte moderna.
O Benesse Art Site de Naoshima, iniciado em 1989 pelo bilionário Sōichirō Fukutake, transformou a ilha em um centro de arte contemporânea. O festival Trienal de Setouchi, que estreou em 2010, atrai cerca de um milhão de visitantes a cada edição. A sexta edição começou em 18 de abril e vai até 9 de novembro.
Naoshima, antes um centro de fundição de cobre, estava poluída na década de 1980 e enfrentava crescente despovoamento. A visão de Fukutake e do arquiteto Tadao Andō resultou em museus e instalações que integraram arte à natureza.
Entre os marcos, destaca-se a abóbora amarela de Yayoi Kusama, símbolo da transformação da ilha. A arte não visa apenas o turismo, mas também a revitalização local e o orgulho comunitário. Desde 1998, o Projeto Art House reabilitou prédios antigos em Naoshima e arredores.
O Museu de Arte de Chichu e o Novo Museu de Arte de Naoshima são grandes atrações, com exposições de artistas renomados. O sucesso do Benesse Art Site inspirou projetos semelhantes em outras áreas rurais do Japão.
Kobayashi observa benefícios econômicos com o aumento de visitantes, mas também enfrenta o desafio do despovoamento, com a população local reduzida à metade desde a década de 1980. Contudo, um leve aumento de novos residentes, incluindo jovens casais, oferece esperança.
A Mitsubishi Materials melhorou suas operações, contribuindo para a qualidade de vida. A curadora Eriko Ōsaka elogia a mudança na imagem da ilha, proporcionando aos visitantes experiências únicas e autodescobertas.
Leia a íntegra desta reportagem (em inglês) no site BBC Travel.