A difícil decisão de Trump: manter o discurso contra novas guerras ou dar apoio total a Israel?
A política externa dos EUA enfrenta um novo dilema entre apoiar Israel e evitar uma escalada no Oriente Médio. A falta de clareza estratégica pode beneficiar a influência crescente da China na região.
Excessos no Oriente Médio têm sido considerados o maior erro de política externa dos Estados Unidos nas últimas décadas, especialmente a invasão do Iraque em 2003.
A guerra desestabilizou a região e prejudicou a reputação americana global. Ao mesmo tempo, desviou a atenção dos EUA do seu principal desafio estratégico: o crescimento da China.
Desde 2019, os EUA tornaram-se independentes em termos energéticos, sendo agora os maiores produtores de petróleo do mundo. Apesar disso, continuam muito envolvidos no Oriente Médio.
O ex-presidente Joe Biden considerou sua maior falha de política externa em não equilibrar o apoio a Israel e a stabilização da região. O apoio irrestrito a Netanyahu teve um efeito desestabilizador.
Agora, Donald Trump enfrenta dilemas semelhantes. Netanyahu acredita no apoio incondicional dos EUA contra o Irã, o que levanta questões sobre um possível maior envolvimento militar.
Em 13 de junho, o senador Lindsey Graham sugeriu que, se a diplomacia falhar, os EUA devem investir na destruição do programa nuclear iraniano. Outros aliados de Trump também apoiam ações mais agressivas.
Gideon Rachman, do Financial Times, ressalta que Trump pode perceber que está sendo utilizado por Netanyahu, o que poderia arrastá-lo a um conflito indesejado.
Trump deve decidir entre não envolver-se em novas guerras ou apoiar totalmente Israel. Aumentos nas tensões com o Irã podem gerar pressão por uma resposta militar.
Uma escalada no Oriente Médio desvia novamente a atenção dos EUA de sua estratégia asiática e favorece a influência da China.