A denúncia de corrupção que derrubou ministro das Comunicações de Lula
Ministro das Comunicações pede demissão em meio a denúncias de corrupção. A crise ministerial se intensifica enquanto Lula enfrenta uma possível reforma em seu governo.
Demissão do Ministro Juscelino Filho
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva enfrentou mais uma baixa com a demissão do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA), nesta terça-feira (8/4).
Juscelino pediu demissão no mesmo dia em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra ele. A denúncia segue uma investigação da Polícia Federal sobre possível desvio de recursos de emendas parlamentares que ele destinou para a cidade de Vitorino Freire, onde sua irmã era prefeita.
O ex-ministro foi indiciado pelos crimes de:
- Corrupção passiva
- Fraude em licitações
- Organização criminosa
Em sua carta de demissão, Juscelino afirmou que a decisão foi uma das mais difíceis de sua vida, ressaltando sua crença na proteção do "projeto de país" que ajudou a construir.
O processo contra ele está sob relatoria do ministro Flavio Dino no STF, que decidirá sobre a aceitação da denúncia.
Crises anteriores no governo
Antes da saída de Juscelino, o governo já havia enfrentado outras demissões:
- Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos, demitido em setembro de 2024 por denúncias de assédio sexual.
- Gonçalves Dias, ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional, pediu demissão em abril de 2023 após grave situação envolvendo invasões em Brasília.
- Daniela Carneiro, ex-ministra do Turismo, demitida em junho de 2023 por acusações de envolvimento com milicianos.
- Uma minirreforma ministerial foi realizada em setembro de 2023, com a saída de Ana Moser e Márcio França.
- Em 2025, demissões de Paulo Pimenta (Secom) e Nísia Trindade (Saúde) ocorreram.
O União Brasil e sua relação com o governo
Juscelino foi indicado por Davi Alcolumbre, líder da União Brasil, partido que tem uma forte bancada no Congresso, mas cuja adesão ao governo Lula não foi unânime.
O União Brasil, resultado da fusão entre PSL e DEM, possui a terceira maior bancada na Câmara e a quarta no Senado, integrando o Centrão, que apoia presidentes em troca de participação no governo.