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A complexa relação humana com o canibalismo ao longo da História

O filme A Sociedade da Neve resgata a trágica história do acidente aéreo de 1972, onde os sobreviventes enfrentaram dilemas morais extremos. A obra provoca uma reflexão sobre o canibalismo e suas implicações históricas e sociais.

Lançamento do filme *A Sociedade da Neve* de J.A. Bayona retrata o acidente de avião de uma equipe uruguaia de rugby nos Andes em 1972 e o canibalismo entre os sobreviventes.

Após o resgate, os jovens esconderam o canibalismo, sendo depois julgados pela opinião pública e rotulados de "canibais".

Definição de Canibalismo: ato de comer membros da própria espécie, documentado desde os Neandertais e presente em diversas culturas ao longo da história.

Povos Canibais: Históricos relatos condenados a grupos como judeus e ciganos, além de práticas entre povos indígenas como os Tupinambás.

Críticas ao conceito: Canibalismo muitas vezes é uma construção ideológica, usada para denegrir “o outro”. Michel de Montaigne e William Arens argumentam sobre a superioridade moral imposta a tais grupos.

A contemporaneidade: O impulso canibal também é refletido em certos casos extremos, como o de assassinos em série e fantasias digitais.

Aspectos Ritualísticos: A Eucaristia católica e práticas entre indígenas na Ásia e na Austrália refletem a ideia de consumo ritual de humanos.

Conclusão: O canibalismo é mais uma questão de contexto cultural e ideias de normalidade do que de uma prática extraordinária, conforme sugerido por vários antropólogos.

David Lagunas é professor de Antropologia da Universidade de Sevilla.

Fonte: Publicado originalmente no site *The Conversation*.

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