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A China é imparável

A ousadia de Mao Zedong em Moscou, em 1957, reflete a resiliência da China frente a ameaças externas. Atualmente, Xi Jinping, com um legado de perseverança, reforça essa postura diante da guerra comercial liderada pelos EUA.

Em 1957, durante a conferência dos países socialistas em Moscou, o líder chinês Mao Zedong desafiou a diplomacia soviética ao afirmar que não temia uma guerra nuclear, anunciando: "Não devemos ter medo de bombas e mísseis atômicos."

Os soviéticos ficaram preocupados, especialmente o líder tcheco Antonin Novotny, que expressou receio sobre a pequena população de seu país diante do potencial conflito.

Esses eventos são descritos no livro “Sobre a China”, de Henry Kissinger. Ele era um agente-chave na aproximação entre a China e os EUA, durante a presidência de Richard Nixon, em meio aos danos da guerra do Vietnã.

Atualmente, Donald Trump enfrenta Xi Jinping em uma guerra comercial. Trump age com desvantagem pelo seu tempo limitado no cargo, enquanto Xi, que lidera a maior economia mundial, possui ampla margem de manobra.

As raízes de Xi se entrelaçam com a história do Partido Comunista Chinês, tendo tido uma infância difícil na Revolução Cultural. Ele emergiu como a nova figura forte da China, seguindo a tradição de Mao.

Recentemente, o Ministério das Relações Exteriores Chinês publicou nas redes sociais a frase de Mao: “Nós somos chineses. Não recuamos.” e a China demonstrou sua agilidade financeira com transferências rápidas, criando alternativas ao sistema financeiro norte-americano.

A segurança alimentar é uma vulnerabilidade crítica para a China, que aprende com o passado de fome. O país investe fortemente em agrobusiness e é um grande comprador de alimentos de nações como o Brasil.

Xi Jinping mantém firme a política de centralização do poder, promovendo investimentos na América do Sul, como o megaporto de Chancay, no Peru. Os interesses chineses na região são estratégicos, visando otimizar o transporte de grãos brasileiros.

A stratégia de Xi é semelhante à de Mao, focando em resultados sem espaço para dissidências. Enquanto Trump busca conter a transferência de riqueza do Ocidente para o Oriente, a resiliência e disciplina dos chineses tornam essa tarefa monumental.

Xi Jinping é pragmático, o que se reflete em sua abordagem ao poder e na determinação de avançar com os interesses da China, evidenciando a implacabilidade da nação no cenário global.

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