A Brava pode estar virando a página – apesar do mercado querer ver para crer
Apesar de crescer na produção e receber recomendações de compra, a Brava Energia ainda enfrenta hesitações do mercado devido a um histórico de problemas operacionais e alavancagem elevada. O CEO acredita que a empresa poderá reverter essa desconfiança ao entregar resultados consistentes nos próximos trimestres.
Brava Energia se destaca como uma potencial barganha após fusão entre Enauta e 3R Petroleum.
A produção da empresa foi de 85,9 mil barris/dia no segundo trimestre, negociando a 3,7x EBITDA, enquanto a Prio, com 100 mil barris/dia, se encontra a um múltiplo mais alto.
Apesar do potencial, o mercado hesita devido a um histórico de frustrações, alavancagem elevada e dúvidas sobre a execução.
Recomendações de compra foram feitas por instituições como Morgan Stanley e Safra, prevendo um upside superior a 50% no próximo ano.
No segundo tri, a produção cresceu 21% em relação ao anterior. O CEO, Décio Oddone, espera ainda mais melhorias devido a uma base fraca no quarto tri.
Existem questões técnicas e regulatórias que impactaram a produção, aumentando a relação dívida líquida/EBITDA para 3,8x.
Décio está implementando uma estratégia focada em geração de caixa e eficiência, reduzindo capex em 32%.
Entre as estratégias, destacam-se:
- Aceleração da produção em Atlanta.
- Reinício da exploração em Papa-Terra com um sistema de reinjeção de água.
Críticas ao campo de Papa-Terra ainda persistem, com analistas questionando sua viabilidade devido ao histórico de baixa produção e riscos geológicos.
Décio defende o campo, considerando-o o maior potencial. A empresa contratou a McDermott para melhorar a eficiência operacional.
Em relação aos campos onshore, a Brava adotou o método casing drilling para aumentar a eficiência.
Atlanta é vista como um ativo confiável, crucial para reduzir a alavancagem da empresa.
Em um cenário de incerteza sobre o preço do petróleo, Décio afirma que a Brava se prepara para operar em vários cenários de preço.
Atualmente, as ações da Brava caíram 30% em 12 meses, com um valor de mercado de R$ 8,7 bilhões.