A bolsa está à beira do precipício? Escalada das tensões fiscais e comerciais põe ganhos em risco
Tensões entre EUA e China reascendem temores no mercado, impactando o fluxo de capital para o Brasil. Ibovespa sente a pressão e registra uma leve queda nesta segunda-feira, refletindo a insegurança global.
Mercado brasileiro agitado pela novela fiscal
Na última semana, o mercado brasileiro enfrentou instabilidades devido a novos embates entre Donald Trump e Xi Jinping sobre acordos tarifários. Desde a trégua comercial em abril, investidores esperavam um acordo entre as potências.
Com o aumento das tensões, o fluxo de capital estrangeiro para o Brasil está ameaçado, o que pode impactar a valorização dos ativos locais.
Na segunda-feira (2), o Ibovespa recuou 0,18%, fechando a 136.787 pontos, reduzindo a valorização acumulada em 2023 para 13,7%. Desde a nova crise com a China, o índice caiu 1,26%, se afastando do recorde anterior em 2,4%.
A movimentação total da carteira do Ibovespa foi de R$ 16,2 bilhões, semelhante à média dos últimos 12 meses. A análise do BB Investimentos indica a perda de ímpeto do Índice, que deve continuar registrando correções, embora mantenha uma tendência primária de alta.
A Genial observa uma mudança na tendência de curto prazo do Ibovespa, de "alta" para "lateral", mas mantém a perspectiva altista para médio e longo prazo. A quantidade de ativos em tendência de alta caiu para 69%, enquanto ativos em tendência de baixa aumentaram para 26%.
Na lista atual do Ibovespa, 51 de 85 ações desvalorizaram, com os grandes bancos liderando as quedas. Apesar de Vale e Petrobras apoiarem o índice, o setor financeiro, incluindo Itaú e Banco do Brasil, puxou para baixo. Empresas de eletricidade e bens de consumo também foram impactadas negativamente pelas expectativas de juros altos.
O cenário internacional e as preocupações com a política tarifária dos EUA, junto com dados econômicos fortes no Brasil, pressionam a curva DI e o dólar, afetando o desempenho do Ibovespa.