A 'balsa do sexo', um dos experimentos mais estranhos de todos os tempos
Experimento do antropólogo Santiago Genovés revela dinâmicas da convivência humana em condições extremas. A balsa Acali, projetada para estudar comportamentos, proporcionou insights inesperados sobre violência e relações interpessoais.
Santiago Genovés, antropólogo espanhol-mexicano, estava voando para a Cidade do México quando a aeronave foi sequestrada. Vivendo no México desde os 15 anos, Genovés refletiu sobre sua carreira ao ver a violência de perto.
Inspirado pela experiência, ele decidiu criar um laboratório humano flutuante para estudar agressividade. Depois de colaborar com Thor Heyerdahl, Genovés projetou a balsa Acali, medindo 12 x 7 metros, onde 10 pessoas vivenciariam uma viagem de 101 dias sem motor, eletricidade ou comunicação externa.
Ele selecionou participantes de diversas nacionalidades e contextos sociais, promovendo tensões no grupo. Comandada por Maria Björnstam, a balsa partiu de Las Palmas, nas Ilhas Canárias, em 13 de maio de 1973.
Enquanto a imprensa especulava sobre "orgias" e "a balsa do amor", Genovés observava comportamentos humanos, incluindo a dinâmica do sexo entre os participantes, aparentemente sem conflitos significativos.
Com o passar dos dias, a agressividade não se manifestou como esperado, resultando em frustração para Genovés. Ele percebeu que o único comportamento hostil era o seu. Durante a viagem, os participantes chegaram a cogitar "assassinato" em resposta à violência psicológica dele.
Ao final da viagem, todos foram isolados e avaliados psicologicamente. Apesar das tensões, o grupo formou um forte laço. Genovés continuou sua carreira, enquanto o documentário "A Balsa" relembra as experiências e aprendizados do experimento.