A advogada que defendeu traficante El Chapo e agora concorre a cargo de juíza no México
Silvia Delgado, ex-advogada de El Chapo, busca uma vaga como juíza em eleição que pode reformular o Judiciário mexicano. Críticas sobre seu passado e a politização do sistema judicial levantam preocupações entre especialistas e defensores dos direitos humanos.
Silvia Delgado, candidata a juíza penal, distribui panfletos na ponte que liga o México aos EUA. Ela pede votos para o número 12 nas cédulas de votação.
Delgado, notória por ter defendido Joaquin "El Chapo" Guzmán, enfrenta críticas por sua candidatura. Críticos alegam que seu passado a desqualifica, mas ela rejeita essas acusações, defendendo seu trabalho como advogada.
Embora não tenha condenações ou investigações, a organização de direitos humanos Defensorxs a incluiu em uma lista de “candidatos de alto risco”. O diretor Miguel Alfonso Meza destaca que associados a cartéis têm dificuldades de se desvincular completamente.
A candidatura de Delgado é parte de uma eleição que escolherá todo o Judiciário mexicano, um movimento que gerou protestos e acusações de politização do sistema de justiça. Críticos afirmam que a reforma judicial é motivada por interesses políticos.
O juiz e ex-presidente Andrés Manuel López Obrador é apontado como um dos motoristas por trás dessa mudança. A atual presidente, Claudia Sheinbaum, apoia a reforma, que busca democratizar o Judiciário no México.
Olivia Aguirre Bonilla, outra candidata, é defensora dos direitos humanos e acredita que a votação é uma oportunidade de mudança para um sistema judicial corrupto. Ela argumenta que a eleição de juízes dará verdadeira independência ao Judiciário.
O futuro do Judiciário mexicano é incerto, com preocupações sobre como os novos juízes poderão negociar apoio político. As esperanças estão agora depositadas nas seções eleitorais e a participação popular na votação.
Delgado espera ser respeitada como juíza, apesar de seu polêmico passado. O resultado da eleição pode redefinir o sistema judicial mexicano.