82% das exportações do agro brasileiro aos EUA ficaram de fora das exceções do tarifaço de Trump
A nova tarifa dos EUA deixa 82% das exportações do agronegócio brasileiro de fora das isenções. Setores como café e carne bovina permanecem severamente afetados pela alíquota de 50%.
Exceções ao tarifaço dos EUA afetam exportações brasileiras
A lista de exceções do governo dos EUA ao tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros deixou 82% das exportações do agronegócio brasileiro fora das isenções. Isso representa US$ 5,412 bilhões nos primeiros seis meses de 2023.
Segundo levantamento do Estadão/Broadcast, apenas US$ 1,220 bilhão foi isento da tarifa adicional de 40%, ficando sujeito à tarifa de 10%.
Produtos como suco de laranja, celulose e castanha foram poupados da sobretaxa, enquanto café, carne bovina, frutas, pescados, açúcar, etanol e cacau permanecem com a tarifa cheia.
Das 789 NCMs exportadas, apenas oito tiveram isenção. Os principais produtos afetados incluem:
- Café verde: US$ 1,169 bilhão
- Carne bovina desossada: US$ 738 milhões
- Sebo bovino: US$ 249 milhões
Enquanto havia expectativa de inclusão de produtos como manga e cacau, o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, não citou o Brasil especificamente.
As tarifas entram em vigor em sete dias para produtos já nos EUA e em 5 de outubro para os embarcados até então.
Levantamento do Insper Agro Global, feito para o mesmo veículo, indica que as exceções atingem 20,8% dos produtos agropecuários brasileiros em 2024, totalizando US$ 2,512 bilhões.
O coordenador Marcos Jank ressalta que a lista de isentos é influenciada pelo interesse das empresas americanas. A ausência do café surpreendeu Jank, que verifica a necessidade dos EUA de importações do Brasil.
Jank sugere que mais produtos, especialmente aqueles não cultivados nos EUA, possam ser isentos futuramente, mas levanta dúvidas sobre a carne bovina devido à concorrência interna.
O impacto das tarifas também pode afetar a inflação local, especialmente se a carne bovina continuar com tarifa total.