3 riscos para os mercados do “grande e belo” pacote fiscal de Trump, segundo o Morgan
Morgan Stanley aponta riscos no pacote fiscal de Trump que podem impactar investidores estrangeiros. A introdução da Seção 899 gera incertezas sobre a tributação de ativos, influenciando o mercado de renda fixa e o câmbio.
Morgan StanleyDonald Trump nos EUA, que avança na Câmara e será avaliado pelo Senado.
A Seção 899 é o foco de preocupação, pois pode aumentar impostos para investidores estrangeiros em certos ativos financeiros.
A incerteza acerca do escopo da medida gera apreensão no mercado. Embora o texto atual não indique intenção expressa de tributar ativos de renda fixa, o Senado precisa esclarecer a situação.
Principais cenários apontados pelo Morgan Stanley:
- Inclusão de Treasuries na nova tributação pode inclinar a curva de juros e desvalorizar o dólar.
- O aumento da volatilidade no mercado de bônus corporativos, impactando 25% detidos por investidores internacionais.
- Riscos para produtos securitizados, especialmente títulos lastreados em ativos comerciais, afetados entre 5% e 10% por exposição estrangeira.
A Seção 899 pode ser reformulada no Senado, o que poderia reduzir as preocupações atuais. Entretanto, enquanto o texto final não é divulgado, há potencial para reprecificação nos mercados de dívida e câmbio.
Atualmente, investidores estrangeiros possuem quase US$ 40 trilhões em ativos nos EUA, 134% do PIB americano, focados em títulos e ações de longo prazo.
Macroeconomicamente, a incerteza legislativa e a postergação das tarifas comerciais não alteram as previsões de crescimento global mais fraco e política monetária americana restritiva. O Federal Reserve não deve cortar juros até 2025.
O relatório recomenda papéis de alta qualidade com vencimentos de cinco a dez anos nos EUA e títulos europeus acima de 15 anos. Setores defensivos sugeridos incluem bancos americanos, serviços públicos e telecomunicações.