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2,8 milhões de brasileiros usam maconha de forma recreativa

Estudo revela que 2,8 milhões de brasileiros usam maconha recreativa regularmente, enquanto 18 milhões fazem uso de derivados do tabaco. O anuário também destaca os custos do proibicionismo e os avanços no uso medicinal da cannabis no país.

O Brasil possui pelo menos 2,8 milhões de adultos consumidores regulares de maconha recreativa, segundo o “Anuário de Growshops, Headshops e Marcas 2024” da consultoria Kaya Mind.

A estimativa é baseada em dados do IBGE, Fiocruz, Datafolha e Data Senado, além de pesquisas anteriores da consultoria. Os números podem ser conservadores devido ao estigma e ao proibicionismo.

Além dos usuários de maconha, cerca de 18 milhões de brasileiros adultos utilizam algum derivado do tabaco, como o tabaco desfiado, popular em headshops.

O anuário também destaca os custos públicos do proibicionismo: R$ 6,1 bilhões gastos em 2023 com a manutenção de presos por tráfico de drogas, onde 26% dos 850.377 presos no Brasil são por tráfico, principalmente de maconha em pequenas quantidades.

Além disso, há mais de 672 mil pacientes usando produtos medicinais à base de cannabis, refletindo o avanço do uso terapêutico, embora o alto custo e a prescrição médica ainda sejam barreiras.

A Kaya estima até 6,9 milhões de pacientes em potencial para terapias com cannabis se o acesso fosse ampliado.

A regulamentação do uso medicinal permite a importação de produtos, mas o cultivo doméstico ainda necessita de autorização judicial. Em junho de 2024, o STF decidiu que o cultivo de até 6 plantas para uso pessoal não é crime, gerando alguma expectativa de acesso ao tratamento.

Atualmente, muitos buscam habeas corpus preventivos para cultivar cannabis sem risco de penalidade. Essa decisão impulsionou o mercado de produtos relacionados ao cultivo e consumo de cannabis, com vendas legais em growshops e headshops.

A maconha permanece ilegal para uso recreativo e sua comercialização não está regulamentada. O debate sobre a legalização deverá se intensificar nos próximos anos.

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