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13 revelações do Censo inédito sobre autistas e pessoas com deficiência no Brasil

Censo 2022 do IBGE revela que 2,4 milhões de brasileiros são diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista, destacando a influência do diagnóstico precoce e o acesso à educação. A pesquisa mapeou também a prevalência entre diferentes faixas etárias e regiões do país, trazendo novos dados sobre a população autista.

Brasil registra 2,4 milhões de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), representando 1,2% da população, segundo o Censo 2022 do IBGE, divulgado em 23 de maio.

Este é o primeiro levantamento sobre autismo realizado pelo IBGE. A pesquisa perguntou se os participantes foram diagnosticados por um profissional de saúde.

A prevalência é maior entre homens (1,5%) do que mulheres (0,9%). Entre crianças de 5 a 9 anos, 3,8% dos meninos e 1,3% das meninas estão diagnosticados com TEA.

A comparação com os EUA mostra 3,2% de diagnóstico em crianças até 8 anos. O TEA é três vezes mais comum em meninos do que em meninas.

No ensino fundamental, 2% dos alunos estão diagnosticados com TEA, e a maioria (66,8%) é de crianças e adolescentes. No ensino médio, são 93,6 mil adolescentes diagnosticados.

A taxa de escolarização para autistas é 36,9%, superior aos 24,3% da população sem diagnóstico.

A prevalência de TEA é similar em todas as regiões do Brasil, com exceção do Centro-Oeste (1,1%). Os estados mais populosos que mais registraram autismo são: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Em relação à raça, a maior prevalência de diagnóstico é entre pessoas brancas (1,3%), enquanto pretas e pardas têm 1,1%. Há mais pardos (1 milhão) do que pretos (222 mil) diagnosticados.

Essa pesquisa é fruto de uma lei de 2019, que tornou obrigatório o questionamento sobre TEA no Censo. Segundo o IBGE, a inclusão nos questionários reflete a evolução nas estatísticas oficiais.

O TEA afeta a comunicação social e provoca comportamentos repetitivos. Variados níveis de apoio são essenciais conforme as necessidades de cada pessoa autista.

O Censo 2022 também identificou que 7,3% da população tem algum tipo de deficiência, refletindo dados globais. A maioria das pessoas com deficiência é mulher, com 8,3 milhões.

A ocorrência é maior entre os idosos e pessoas pardas somam 44,8% entre deficientes. O Nordeste é a região com maior percentual (8,6%) de deficiência.

O Censo revelou que 21,3% das pessoas com deficiência são analfabetas, enquanto a taxa é apenas 5,2% entre as sem deficiência. Essa pesquisa ajudará a orientar políticas públicas e investimentos em educação inclusiva.

Finalmente, o IBGE precisa de cautela com o aumento de diagnósticos para evitar a patologização da infância e focar na interação social das crianças.

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