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100 anos de 'Minha Luta': como livro de Hitler desbanca tese de que nazismo é socialista

Centenário de "Mein Kampf" destaca a necessidade de compreender suas ideologias e a distorção histórica de associá-las à esquerda. Especialistas alertam para os perigos da radicalização e defendem uma análise crítica da obra.

Mein Kampf, livro de Adolf Hitler, foi publicado há 100 anos, em 18 de julho de 1925, colocando as bases da ideologia nazista. A obra levanta questionamentos sobre a classificação do nazismo como movimento de direita ou esquerda.

Segundo o cientista político Eirikur Bergmann, é vital ler Mein Kampf criticamente para entender suas raízes do fascismo. A confusão surge do nome do partido nazista, Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, mas o texto deixa claro o caráter antissocialista de Hitler.

Especialistas como Simon Munzert e Richard J. Evans afirmam que o nome “socialista” servia apenas como propaganda, sem reais propostas de redistribuição ou justiça social.

Hitler via o socialismo, especialmente o marxismo, como uma ameaça a ser combatida, e as páginas de Mein Kampf estão repletas de críticas a esses movimentos. O cientista político Lucas Rezende considera a ideia de nazismo ser de esquerda um “delírio coletivo”.

Historiadores, como Christopher Browning, indicam que o livro é chave para entender o nazismo e os horrores da Segunda Guerra Mundial. Bergmann critica a obra como “profundamente ridícula”, advertindo sobre a perseverança de ideologias catastróficas.

A circulação de Mein Kampf aumentou desde 2016, quando entrou em domínio público, mas é cautela com sua contextualização é essencial. O professor Johannes von Moltke e outros defendem edições críticas que expliquem o contexto histórico e as distorções contidas no texto.

A mensagem final: compreender a ideologia nazista e desmascarar a tentativa de associá-la à esquerda é uma tarefa urgente em tempos de crescente radicalização política.

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