A inflação de alimentos não sai do radar
A produtividade agrícola no Brasil enfrenta desafios significativos, especialmente entre os pequenos produtores. Apesar do país ser um dos maiores exportadores de alimentos, os brasileiros convivem com preços elevados e restrições na oferta.
"Nesta terra, em se plantando, tudo dá" é uma frase de Pero Vaz de Caminha, mas a realidade agrícola do Brasil é complexa.
O Brasil se destacou com café e cana-de-açúcar, mas perdeu competitividade no século 17 devido à concorrência.
O ciclo do café declinou no século 19, e a soja, inicialmente modesta nos anos 1960, cresceu com o apoio da Embrapa.
O Brasil é o 3º maior produtor e o maior exportador líquido de alimentos do mundo, liderando exportações de soja, açúcar, suco de laranja, café, entre outros.
No entanto, os preços de alimentos aumentaram 485% desde 2000, superando a alta de outros itens.
Destaques de aumento incluem:
- Arroz: 535%
- Feijão: 500%
- Batata: 780%
- Tomate: 840%
- Cebola: 864%
- Alface: 988%
- Banana-prata: 779%
- Laranja-pera: 1.600%
- Café moído: 613%
- Ovo de galinha: 683%
- Carnes: 755%
A agricultura familiar representa 77% das propriedades rurais, porém apenas 23% da produção.
Apesar da baixa escala, ela contribui na oferta de produtos como leite e hortifrutis.
A baixa produtividade é causada pelo uso inadequado de técnicas de produção, com apenas 31,3% utilizando rotação de cultura e 42,3% realizando adubação.
A falta de capital humano e instrução é um significativo obstáculo, com 15% dos proprietários analfabetos.
O acesso à Assistência Técnica e Extensão Rural é insuficiente, com apenas 20,2% recebendo esses serviços.
A baixa produtividade resulta em oferta insuficiente e preços altos de alimentos, exacerbada pela demanda reprimida durante a pandemia.
Simplesmente aumentar crédito não resolve a situação; é necessário priorizar políticas públicas voltadas para treinamento e formação de capital humano.